27 de dezembro de 2011

Um prefácio de Bruce Springsteen

É assim a América de Bruce Springsteen

Quando The Boss leu o texto de Dale Maharidge, professor de Jornalismo na Universidade de Columbia, e viu as imagens de Michael S. Williamson, fotógrafo do Washington Post, compôs as canções Youngstown e The New Timer. Isso foi há 15 anos, o livro chama-se Journey to Nowhere e é a história da indústria norte-americana, dos homens e mulheres que construíram o país. Trinta anos depois, professor e fotógrafo publicam Someplace Like America: Tales From the New Great Depression. E Springsteen aceita escrever o prefácio. São suas estas palavras.
 
 
 
Eu tinha acabado a maioria do disco [The Ghost of] Tom Joad quando uma noite, aí há uns 15 anos, não estava a conseguir dormir, e tirei um livro da estante da minha sala de estar. Li-o todo de seguida, e fiquei toda a noite acordado, deitado na cama, perturbado pelo seu poder e assustado com as suas implicações. Na semana seguinte, escrevi Youngstown e The New Timer. Esse livro -Journey to Nowhere, de Dale Maharidge e Michael S. Williamson - coloca vidas, nomes e faces reais nas estatísticas que todos tínhamos ouvido ao longo dos anos 80. Pessoas que ao longo de toda a sua vida tinham obedecido às leis, tinham feito o que era certo e tinham acabado sem nada, homens e mulheres cujo trabalho e sacrifício tinham construído este país, que tinham dado os seus filhos para as suas guerras e cujas vidas afinal acabavam por ser marginalizadas ou descartadas.

Nessa noite fiquei acordado a pensar: "E se a profissão que aprendi de repente ficasse obsoleta, já não a considerassem necessária? Que faria para cuidar da minha família? E que é que eu recusaria fazer?" Sem se porem em bicos dos pés ou tentarem evangelizar, Maharidge e Williamson colocavam-nos estas questões, com as suas palavras e fotografias. Homens e mulheres lutando para conseguirem cuidar dos seus nas condições mais adversas, e mesmo assim sobrevivendo, seguindo em frente. Quando à noite aconchegamos os nossos filhos nas suas camas, esta é uma América que muitos de nós não conseguimos ver, mas que é uma parte do país em que vivemos, uma parte cada vez mais significativa. Eu acredito que um lugar e um povo não são definidos e julgados apenas pelos seus feitos e conquistas, mas também pela sua compaixão e pelo seu sentido de justiça.

No futuro, será nessa fronteira que todos nós seremos postos à prova. O que aí conseguirmos será a América que deixaremos para os nossos filhos e os nossos netos. Agora, o novo livro deles, Someplace Like America, mede e avalia a vaga que 30 anos depois nos está a atingir, uma vaga que Journey pela primeira vez viu a erguer-se, escura e violenta, na linha do horizonte. É a história da demolição do sonho americano, pedaço por pedaço, literalmente viga de aço por viga de aço, desmontada e enviada de barco para sul, para leste, para locais desconhecidos, contada através da voz daqueles que a viveram. Aqui está o preço, em sangue, riqueza e espírito, que a pós-industrialização dos Estados Unidos impôs aos seus cidadãos mais leais e esquecidos, os homens e as mulheres que edificaram os prédios em que vivemos, construíram as auto-estradas em que viajamos, fizeram coisas e em troca não pediram mais do que um bom dia de trabalho e uma vida condigna.

Fala do fracasso dos nossos políticos, que não conseguiram parar esta vaga (ou quando mesmo claramente não a apoiaram), do seu falhanço ao não conseguirem levar a nossa economia numa direcção que servisse a maioria dos cidadãos norte-americanos que tanto trabalham, e de terem permitido que todo um sistema social fosse desviado para servir uma elite. Estas histórias permitem-nos sentir a esmagadora destruição do sentido, identidade e objectivo da vida americana, sugada por uma plutocracia determinada a extrair as últimas gotas de ganhos, qualquer que seja o custo humano envolvido.

Mas, mesmo assim, não é uma história de derrota. Também detalha os laços familiares, a força interior, a fé e a resistência que se recusa a desaparecer que empurra o nosso povo para a frente quando tudo se conjuga contra ele. Actualmente, quando lemos acerca de trabalhadores, vemos que eles são tratados essencialmente sob a forma de estatísticas (os desempregados) e sindicatos (normalmente apenas descritos como um peso negativo para a economia). Na realidade, as vidas dos trabalhadores norte-americanos, bem como as dos desempregados e sem-abrigo, constituem uma parte definitiva e criticamente importante da história do nosso país, presente e passada, e nessa história existe imensa honra.

Maharidge e Williamson fizeram do contar dessa história o trabalho das suas vidas. Eles apresentam estes homens, estas mulheres e estas crianças em toda a sua humanidade. Dão voz ao seu humor, frustração, raiva, perseverança e amor. Convidam-nos a entrar nestas histórias para as percebermos e permitir-nos sentir os tempos difíceis e a experiência comunitária que ainda pode ser notada por baixo da superfície do meio ambiente noticioso actual. Ao dar-nos de volta esse sentimento de ligação universal, eles criam espaço para algum optimismo, no sentido de que ainda poderemos conseguir reencontrar o nosso caminho para um lugar melhor, enquanto país e enquanto povo. Como nos dizem as pessoas cujas vozes cantam nas páginas do livro, é o único caminho em frente.
Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post

16 de dezembro de 2011

José Cardoso Pires sobre José Dias Coelho

Prá frente, meu coração
José Cardoso Pires

Excertos da intervenção de José Cardoso Pires na homenagem a José Dias Coelho, na Sociedade Nacional de Belas Artes, a 19 de Junho de 1974



Agora que nos juntámos para reviver um Amigo, cada um de nós traz dele uma imagem sentida, quase privada. Vêmo-lo, eu, por exemplo, como companheiro de juventude; sonhamo-lo – alguns poderão até recordá-lo – na pátria da clandestinidade; repetimo-lo através dos versos e dos desenhos que nos deixou, traços da sua voz mais íntima. E todos, falando dele, pensamos na cruel, na terrível mancha de luto, que marca a sua ausência neste início de liberdade. Estaria aqui e mais além, no comício ou no atelier, não importa: mas connosco. Trabalhando à luz do dia o país que desponta.
[...] Os verdadeiros revolucionários amaram e defenderam a Vida com o risco do último sacrifício – e entre esses, Dias Coelho, o meu amigo de longe e para sempre. Poucos como ele tiveram tão saudável e empenhado gosto de viver, e raros, raríssimos, usaram de tão serena tolerância no desejo de compreender e lutar.
Uma simplicidade imediata fazia com que tudo nele, ideias, gestos, convívio, fosse um discorrer expontâneo – ou uma entrega confiante, se quiserem. Revejo-o em 1945 numa concentração na Faculdade de Ciências; ou em certas tardes à mesa do velho Chiado (o café e a “Pomba de Picasso” em cima do tampo de mármore); nos passeios do MUD Juvenil (outro roteiro de politização) – percorro, em suma, todo um passado activo de iniciação, de prisões e de alegrias, e encontro sempre aquele sorriso, tão dele, a perdurar sobre o eco e a recordação.
[...] Um espaço, uma reticência da memória, e retomo Dias Coelho, agora no Movimento da Paz – Paz, execução dos Rosenberg, milhões de assinaturas a dizer não à morte (a maior declaração por escrito de toda a humanidade, estou certo). Ehrenbert e Eluard, tanta coisa. Aqui, no país muralhado com juizes do Plenário sentados em torres sinistras, também a Paz era difícil. Contudo triunfava, e era nossa. Na grande leva de obreiros que a erguiam lá estava Dias Coelho desenhando cartazes, presente em reuniões, angariando fundos, e sempre com aquele sorriso de camponês citadino que lhe iluminava a voz e o olhar.
Assim fazíamos, ele, eu, toda uma geração, a aprendizagem da vida. Procurávamos, quer isto dizer, saboreá-la no mais simples e no mais denso que ela oferecia, e talvez por isso é que, muitos anos mais tarde, ao ler

    Em toda a parte há
    um pedaço de mim
    que se quer dar

eu tenha reconhecido subitamente a assinatura do homem que fez esses versos: o José Coelho, o companheiro que se repartia e estava inteiro no bom e no difícil, no prazer e na coragem.
 Esta capacidade de abranger o mundo e de tudo partilhar foi, tenho a certeza, a poderosa força de José Dias Coelho, aquilo que o impeliu para a tarefa de modificar e construir contra o errado e o desumano. A morte de um camponês ou um aceno de criança levantavam prontamente nele a indignação ou o amor, e, logo, o tal «pedaço de si que se quer dar». Respondia então com o desenho aberto e tranquilo, o traço limpo, urgente, uma necessidade de comunicar e de fazer testemunho. Ou lançava-se ao barro e esculpia, com aquelas suas mãos sólidas de terra a terra, o protesto vincado ou o instante de um amigo na sua expressão mais íntima, pessoalíssima. Aconteceu isso nas peças de escultura que nos deixou em desencontrados períodos de trabalho, na cabeça agreste de Redol, por exemplo, ou no busto de Margarida Tengarrinha, tão repassado de serenidade e de melancolia.
[...] Discutimos, horas e serões, os mil enredos da viabilidade da arte numa sociedade repressiva, a propósito dos desenhos que ele fazia na altura para a revista Vértice sobre textos meus, mas não acho que possa reproduzir agora com fidelidade o essencial dessas conversações. Do que me recordo é que me ficou a palavra Comunidade como tema geral de todos os seus trabalhos de então e daqueles que viria depois a produzir. Comunidade. Amor. Na realidade, toda a poesia, toda a arte, toda a vida de José Dias Coelho têm essa constante lírica que não é mais do que a exaltação do amor e do entendimento. As tais coisas partilhadas, torno a dizer.
Penso que um homem assim, que se procura através de todas as formas de comunicar ao seu alcance – a arte, a escrita, a militância comunista – penso que um homem destes só pede da vida (e com que entusiasmo!) a parte mais árdua e mais justa. Sabemos das prioridades que se lhe põem em certas encruzilhadas decisivas, e como escritores da grandeza de Soeiro Pereira Gomes se interromperam na sua tarefa criadora para se entregarem a uma outra, mais urgente e perigosa: a de arrancarem a pátria à servidão capitalista, restituindo-lhe a palavra livre, a mão e o olhar livres com que pudessem vir a descrever o mundo novo.
Com isto não me refiro apenas aos intelectuais, escritores ou artistas que se jogaram na luta total, no tudo ou nada, sobrepondo a acção política ao talento natural. Penso neles, de facto, pensando em Dias Coelho; sei que fizeram tal opção para libertar o homem e também a arte que tanto amavam, e para que outros a seguir, mais felizes, a pudessem retomar. Mas penso também que, a par destes, dezenas e dezenas de operários e camponeses dotados para contar em verso ou em imagem a vida deste País foram para sempre calados pela fome ou pela segregação cultural.
A luta política, aquela que vai às raízes, entenda-se, é uma técnica de construir a felicidade. O livro e a arte enriquecem o homem, é certo; mas não é menos certo que não se pode escrever ou desenhar a palavra Amor, indiferente às vítimas do ódio que nos rodeiam ou ignorando as desigualdades e os pavores. Se hoje o meu, o nosso orgulho de cidadãos é o de, pela primeira vez, podermos adormecer com a consciência de que ninguém neste país está a ser torturado, isso só exige que defendamos esse privilégio com vigilância dobrada e que escrevamos a tal palavra Amor com maior beleza e imaginação.
Foi exactamente para lutar por um momento assim – essa paz sem remorso, esse direito – que José Dias Coelho, há muitos, muitos anos, desabafou comigo à saída desta mesma sala onde nos encontramos: «Zé, eu não suporto mais isto!»
Escolheu, soube-o mais tarde, a via definitiva, a do comunista que se lança, inteiro e definitivo, contra um mundo velho e feroz. Ia, no fundo, em busca de uma outra expressão do homem e levava dentro de si um verso que um dia iria escrever: Vai para a frente, meu coração.
Foi. Para a frente e de cara voltada para a luz. E ele, que tanto adorava a cidade e o ar livre, caiu em plena rua, assassinado. Mesmo assim, quando o recordamos e o temos orgulhosamente connosco é à frente de nós que o sentimos – à frente, como o seu nobre coração.

8 de dezembro de 2011

Mário Soares e Alfredo Barroso


Gratidão ? Não conheço ! (título meu)

«No livro de MÁRIO SOARES «Um político assume-se», que acaba de ser publicado, há vários erros de facto e lapsos de memória que podem ser confundidos com uma tendência (inesperada num grande democrata) para apagar personagens da fotografia da (pequena e grande) história. Apenas meia dúzia de exemplos:

– Na página 194, quando, já ministro dos Negócios Estrangeiros, Mário Soares lembra que «tinha convidado o meu amigo, e então militante do PS, Victor Cunha Rego para ser meu chefe de Gabinete», e a seguir se refere ao «excelente diplomata (…) Sá Machado», que nomeou seu assessor e, depois, chefe do seu Gabinete, em substituição de Victor Cunha Rego – bem podia ter recordado que, também nessa altura, convidou e nomeou Alfredo Barroso para o cargo de director dos Serviços de Informação e Imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros

; – Na página 242, onde está escrito: «…a chamada questão da unicidade sindical, termo inventado pelo Zenha, creio, para distinguir a unidade da unicidade» – é óbvio que a palavra «creio» está a mais, porque toda a gente sabe, a começar pelo próprio Mário Soares, que foi o Zenha quem lançou para a discussão pública o termo «unicidade», num célebre e polémico artigo publicado no «Diário de Notícias»;

– Na página 242, algumas linhas mais abaixo, onde está escrito: «O Catanho de Meneses e o Lopes Cardoso propuseram-se vir ao Algarve para discutir comigo os detalhes e a mobilização dos camaradas (…). Não chegaram a encontrar-se comigo porque tiveram um desastre de automóvel perto de Santiago do Cacém…» – devia estar escrito: «O Catanho de Meneses e o Manuel Alegre…» (porque foi este, e não Lopes Cardoso, que teve o desastre com Catanho de Meneses);

– Nas páginas 295 e seguintes, quando Mário Soares se refere ao I e ao II Governos constitucionais – que «contribuíram para assegurar a normalização política democrática do nosso país» – já o cargo de chefe de Gabinete do primeiro-ministro não merece qualquer referência (ao contrário do que sucedeu com o de chefe de Gabinete no MNE), mas a verdade é que o primeiro-ministro Mário Soares nomeou Alfredo Barroso como seu chefe de Gabinete, quer no I quer no II Governos constitucionais; 

– Na página 357, a propósito da constituição do MASP em 1985, menciona «Fraústo da Silva, mandatário nacional» e «Gomes Mota, director de campanha», mas esquece-se que nomeou Alfredo Barroso como chefe de Gabinete do candidato, incumbido de coordenar e supervisionar os tempos de antena, a elaboração de discursos e textos de propaganda eleitoral, assim como a concepção e realização dos cartazes da campanha, entre outras atribuições; – Na página 357, poucas linhas mais abaixo, menciona «Estrela Serrano para os (tempos de antena) da rádio», mas esquece-se de mencionar que o principal responsável por esses tempos de antena na rádio foi o jornalista José Manuel Nunes;

– Nas 80 páginas (345 a 425) do capítulo XII, dedicadas aos seus dois mandatos como Presidente da República (1986-1996), não é feita a menor referência aos seus colaboradores mais próximos (salvo na página 398, em que se refere a «um almoço político» com o presidente De Klerk, em Pretória: «Lá fui acompanhado do meu chefe de Gabinete, o embaixador Nunes Barata, e do embaixador Cutileiro»). Mas a verdade é que Alfredo Barroso foi o chefe da Casa Civil do PR durante os seus dois mandatos (dez anos) e, durante os últimos três anos, acumulou essas funções com as de chefe de Gabinete do PR (quando Nunes Barata foi nomeado embaixador de Portugal em Roma). Isto, para já nem falar dos generais Conceição Silva e Carlos Azeredo, que foram, sucessivamente, chefes da sua Casa Militar.

– Na página 520 (bibliografia do autor), refere-se o livro PS, Fronteira da Liberdade – Da Queda do Gonçalvismo às Eleições Intercalares 1975-1979 como tendo sido publicado em 1974 (o que é uma incongruência), quando o livro foi, de facto, publicado em 1979, com prefácio, selecção e coordenação de textos de Alfredo Barroso (o que não é mencionado, ao contrário do que sucede com outros livros referidos na bibliografia). Assim como também não é mencionada a selecção e coordenação de Alfredo Barroso no livro Democratização e Descolonização – dez meses no Governo Provisório, publicado em 1975 (e mencionado na página 521).

Só mais duas curiosidades, para terminar:

Primeira – Não deixa de ser curioso fazer uma comparação entre os justos «agradecimentos» que constam da página 517 deste livro de Mário Soares, Um político assume-se (a José Manuel dos Santos, Alfredo Caldeira, Osita Eleutério e Maria José Ribeiro) e o agradecimento que consta da página 159 do livro de Mário Soares, Elogio da Política, publicado em 2009: «Agradeço a Maria José Ribeiro, minha fiel secretária desde 1976, o trabalho que, mais uma vez, teve a dactilografar – por duas vezes – este livro». Sei bem por que razão a Maria José Ribeiro teve de dactilografar este livro duas vezes.  De facto, Mário Soares pediu-me que lesse o livro de uma ponta à outra, e a verdade é que detectei muitas incorrecções e erros (alguns de palmatória), que muito aborreceram Mário Soares, que se viu constrangido a reescrever o livro. Daí ele ter sido dactilografado «por duas vezes». Todavia, o meu trabalho de revisão não mereceu qualquer agradecimento, nem público, nem privado. Pelo contrário, mereceu apenas um telefonema (do Algarve) em que o autor do livro, manifestamente enfadado, me disse mais ou menos isto: «Eh pá, desta vez exageraste, e agora estou aqui a ter um trabalhão!…».

Segunda – Também não deixa de ser curioso que alguém que foi, durante quase um quarto de século, o colaborador mais próximo de Mário Soares, tanto no plano político como no plano pessoal, seja por ele mencionado apenas uma vez, no meio de uma lista de apoiantes do MASP (página 356), num «ensaio autobiográfico» que tem muito de «político» e bastante pouco de «ideológico». Mas a verdade é que esse colaborador foi (são factos): director dos Serviços de Informação e Imprensa do MNE durante os seis Governos provisórios; secretário-geral da Presidência do Conselho de Ministros; chefe de Gabinete do primeiro-ministro, Mário Soares, nos I e II Governos constitucionais; deputado à Assembleia da República; secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros do IX Governo constitucional (o governo do chamado «bloco central»); chefe da Casa Civil do Presidente da República, Mário Soares, durante os seus dois mandatos (1986-1996). Além de ter sido: membro da Acção Socialista Portuguesa (ASP); um dos membros fundadores do Partido Socialista; membro da Comissão Política do PS durante vários anos; fundador e primeiro director do semanário do PS, «Acção Socialista», durante cinco anos; chefe de Gabinete do candidato a PR, Mário Soares, na campanha de 1985-1986; e director de campanha da recandidatura de Mário Soares a PR em 2005-2006. E, já agora, além de ter saído da política activa, em 1996, tal como tinha entrado: sem cheta! Seguindo o exemplo da maioria dos políticos da I República.
 
Em suma: não sendo trotskista por convicção ideológica, tornei-me trotskista por elisão fotográfica… E já estou a caminho do anonimato! Abraços para todos, saudações democráticas e… no hard feelings!» Alfredo Barroso